uma primeira reflexão para comentar sucintamente...
26.2.07
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antigo blog de apoio às aulas de hipermedia & estruturas narrativas do 3º ano / multimedia da licenciatura em ciências da comunicação da universidade do porto 2006/2007
5 comentários:
O termo hipertexto foi criado por Ted Nelson, em 1965, para designar uma forma de escrita/leitura não-linear. A informação é organizada de forma a permitir a interligação com outras informações disponíveis no espaço (ou rede) que de alguma forma estejam associadas. Assim, as potencialidades do hipertexto são indiscutíveis, nomeadamente na Internet, onde encontrou o seu espaço por excelência. Permite-nos, enquanto emissores transmitir informação cruzando fontes e conteúdos, criando nós na complexa e extensa rede, fornecendo uma gama maior de informação, E, enquanto receptores, permite-nos criar o nosso próprio “caminho”, ou seja, escolher que conteúdos queremos receber e como receber. Enquanto receptores temos um papel activo na (re-)construção da informação, somos co-autores.
Este sistema, descendente do Memex (Memory Extender) de Vannevar Bush (“As We May Think” – 1945), pretende recriar a forma como pensamos. Não pensamos de forma linear, pelo contrário pensamos não linearmente e por associação. Quantas vezes começamos uma conversa a falar de determinado tema e acabamos a falar duma coisa completamente diferente? É exactamente isto que se pretende recriar quando se fala em hipertexto – potencializador de “hiperpensamento”. A grande diferença entre texto e hipertexto é esta: à medida que vamos acedendo a informação, o hipertexto possibilita-nos aceder a outra(s) informação(ões) por associação.
O termo "hipertexto" há muito que saiu do domínio exclusivo da computação. Muito devido há enorme evolução das tecnologias nestes últimos anos, todos os dias as pessoas estão em contacto com hipertextos e qualquer um consegue explicar razoavelmente o que é um hipertexto.
Agora este artigo fala-nos de um termo que não é novo mas é de certeza mais estranho, o "hyperthought". E é o termo que nos provoca mais estranheza que primeiro surge. Foi em 1945 que Vannevar Bush escreveu um artigo intitulado "As We May Think" sobre um mecanismo futurístico chamado de "Memex". Ele descreveu esse mecanismo como eletronicamente ligado a uma biblioteca e capaz de mostrar livros e filmes da mesma, além de automaticamente seguir referências destes para outros trabalhos referenciados. Vannevar Bush aplicava à sua biblioteca futurista o que se passa na nossa mente quando pensamos. Pensamos de uma forma não-linear, daí o termo "hyperthought" visto que o hipertexto se caracteriza não só mas também por ser uma leitura não-linear.
O termo "hipertexto" pode ter variadas definições. Segundo Heim(1993), o hipertexto é um modo de interagir com textos e não só uma ferramenta como os processadores de textos. Pelas suas características, o usuário interliga informações intuitivamente, associativamente. Através de saltos - que marcam o movimento do hipertexto - o leitor assume um papel ativo, sendo ao mesmo tempo co-autor.
O hipertexto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não linear e associativo. Lévy recorre a seis princípios, que proporciona uma visão panorâmica, que, organiza, rezume e amplia a idéia de rede que se pretente construir.
Princípio de metarmofose
Princípio de heterogeneidade
Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas
Princípio de exterioridade
Princípio de topologia
Princípio de mobilidade dos centros.
A grande dose de interactividade proposta pelo hipertexto está aqui: no acto individual de jogar com mensagens múltiplas para criar uma mensagem única, singular. Eu passo a ser o agente não só descodificador dos sentidos, mas construtor do meu texto, pleno de códigos próprios, a que pude ter acesso, feito do sentido que comporta a informação por mim escolhida, uma onda de um mar vasto de que dispus.
Qual a diferença entre a normal leitura de um texto e esta construção realizada a partir do hipertexto? A minha leitura faz-se num mosaico de todos os textos possíveis e, nesta intertextualidade, sou obrigado a um processo de descoberta. A minha leitura adequa-se, assim, à sociedade multireferencial e miscigenada em que vivemos. Não posso falar de um défice negativo de referências, mas sim da multiplicidade tornada disponível e da intertextualidade de culturas. A minha leitura, é no fundo, mais semelhante à minha forma de pensar.
O hipertexto
Já há muito que se fala de hipertexto, mas talvez ainda não estejamos a tirar todo o proveito desta nova forma de escrita/leitura.
Em 1945, já Vannevar Bush propunha a noção de blocos de texto unidos através de nós, e introduzia os termos “links”, “linkages” e “web” para descrever o seu novo conceito de textualidade.
O hipertexto pode ser entendido como uma forma de dispor informação, em que esta não é apresentada de forma linear, mas sim dividida em blocos ligados entre si através de links, formando uma rede navegável que possibilita vários caminhos de leitura. Assim, o leitor lê ou visita apenas aquilo que lhe interessa e cria o seu próprio caminho de leitura autonomamente.
Alguns autores afirmam que o hipertexto possibilita um diálogo activo entre escritor e leitor, de forma mais excitante do que as formas de comunicações tradicionais, em que só o escritor tem um papel activo. O leitor já não é passivo, já não se limita a receber a informação, mas também intervém nela, pois cria o seu próprio caminho, o seu próprio entendimento sobre o assunto que quer conhecer – o leitor é co-autor. Desta forma, há quem acredite que o hipertexto possibilita a personalização do conhecimento, ao contrário da disponibilização da informação de forma linear, que é escrita e transmitida da mesma forma para todos.
O hiperpensamento
Uma vez que o hipertexto possibilita ao leitor criar o seu próprio caminho de leitura, há autores que defendem que, desta forma, o leitor cria o seu próprio entendimento e conhecimento sobre o tema. Navegando ao longo de um hipertexto da forma como mais lhe interessar, o leitor associa pensamentos, ideias, cria conexões e conclui sobre temas e matérias individual e activamente. Defendem que os novos media requerem processos de pensamento de consumo e de criação diferentes dos tradicionais, permitindo uma maior riqueza intelectual, uma maior profundidade e uma expressividade mais eficaz. O hipertexto encoraja o pensamento flexível em vez do pensamento linear articulado. O hipertexto é entendido como um completo e colectivo corpo de comunicação e de contexto; e pode ser constantemente modificado, actualizado, acrescentado para incluir novo conhecimento e desenvolvimentos.
Professor Nonaka vai mais longe e afirma que o conhecimento que antes derivava da socialização e do contacto com outras pessoas pode ser obtido integralmente através do hipertexto e da tecnologia.
O filósofo Pierre Lévy acredita numa “inteligência colectiva”, possibilitada pelos novos media, em que cada um de nós deve estar envolvido na contribuição de um conhecimento colectivo, do qual todos beneficiamos; forma-se assim um fluxo de conhecimento acessível a todos e livre de controlos burocráticos. E isto tem por base o hipertexto. Para Lévy, estas potencialidades apenas as detém o ciberespaço – uma “virtualização da realidade” – onde o Homem ganha ainda mais liberdade e onde a heterogénese acontece. Para o filósofo, o ciberespaço “favorece as conexões, as coordenações, as sinergias entre as inteligências individuais”.
As potencialidades e as vantagens dos novos media são indiscutíveis e há que aproveitá-las da melhor maneira! A meu ver, o hipertexto é uma belíssima ferramenta de transmissão de informação e de conhecimento que deve ser cada vez mais utilizada e explorada por todos nós. Tal como Pierre Lévy, acredito que possamos formar uma “inteligência colectiva” para a qual todos contribuímos e da qual todos beneficiamos (um bom exemplo: a Wikipedia). No entanto, não podemos deixar-nos iludir e esquecermos conceitos como o rigor, a veracidade, a credibilidade e a qualidade em relação a tudo aquilo que lançamos para a web.
Concordo com o novo conceito de hiperpensamento. Parece-me que o hipertexto possibilita ao leitor criar o seu próprio entendimento sobre determinado tema, escolhendo os links que quer visitar e formando o seu caminho. Parece-me que o hipertexto possibilita uma personalização do texto e até do conhecimento, mas não devemos esquecer que o leitor apenas tem acesso àquilo que o escritor lhe disponibiliza, recaindo sempre neste as primeiríssimas escolhas e decisões. Mas tudo isto acontece porque, na minha opinião, a Internet é o meio de comunicação por excelência: multimedialidade, interactividade, instantaneidade, liberdade de barreiras e custos, liberdade e facilidade de expressão e publicação são os principais benefícios que devem ser utilizados e aproveitados conscientemente.
Sílvia Bento
O hipertexto permite-nos representar informação de forma não linear oferecendo múltiplos caminhos e múltiplas experiências de aquisição de conhecimento.
Os links são as ligações entre pontos de informação que existem numa rede. As características de uma rede combinadas com as particularidades do hipertexto fazem com que a produção de documentos e metadocumentos seja rica e abrangente.
Por vezes o hipertexto pode causar desorientação “desorientation, cognitive overhead e missing context clues”, há tendência para o utilizador perder a noção de onde está e de onde veio, o utilizador pode sentir-se perdido no hiperespaço. Contudo, se o hipertexto for bem estruturado e se o utilizador abrir novas janelas para cada link, a possibilidade de desorientação diminui bastante.
Do ponto de vista do emissor, o hipertexto amplia o espectro de informação que pode transmitir, convergindo ideias, demonstrando outros pontos de vista, ou seja, criando documentos informativos que se ultrapassam a si mesmos, na medida em que, conseguem um grau de complexidade e multiplicidade de dados que raramente podemos encontrar de outra forma.
Enquanto utilizadores podemos navegar pelo hipertexto, escolhendo que tema ou aspecto aprofundar e que partes descurar; o utilizador escolhe quais as informações que deseja receber e em que sequência. Considera-se que esta liberdade se assemelha aos processos associativos do pensamento humano.
Através do hipertexto o utilizador delineia o seu próprio caminho, pensa de forma natural, associando ideias e assim vai construindo o seu próprio conhecimento. A noção de inteligência colectiva é facilitada pelos novos media e o hipertexto também tem um papel fulcral nesta matéria, todos os utilizadores e emissores (sendo que estes papeis não são fixos) contribuindo para a formação de redes de informação também contribuem para a formação de um conhecimento colectivo.
O hipertexto permite-nos representar informação de forma não linear oferecendo múltiplos caminhos e múltiplas experiências de aquisição de conhecimento. Os links são as ligações entre pontos de informação que existem numa rede. As características de uma rede combinadas com as particularidades do hipertexto fazem com que a produção de documentos e metadocumentos seja rica e abrangente.
Por vezes o hipertexto pode causar desorientação “desorientation, cognitive overhead e missing context clues”, há tendência para o utilizador perder a noção de onde está e de onde veio, o utilizador pode sentir-se perdido no hiperespaço. Contudo, se o hipertexto for bem estruturado e se o utilizador abrir novas janelas para cada link, a possibilidade de desorientação diminui bastante.
Do ponto de vista do emissor, o hipertexto permite ampliar o espectro de informação que pode transmitir, convergindo ideias, demonstrando outros pontos de vista, ou seja, criando documentos informativos que se ultrapassam a si mesmos, na medida em que, conseguem um grau de complexidade e multiplicidade de dados que raramente podemos encontrar de outra forma. Enquanto utilizadores podemos navegar pelo hipertexto, escolhendo que tema ou aspecto aprofundar e que partes descurar; o utilizador escolhe quais as informações que deseja receber e em que sequência. Considera-se que esta liberdade se assemelha aos processos associativos do pensamento humano.
Através do hipertexto o utilizador delineia o seu próprio caminho, pensa de forma natural, associando ideias e assim vai construindo o seu próprio conhecimento. A noção de inteligência colectiva é facilitada pelos novos media e o hipertexto também tem um papel fulcral nesta matéria, todos os utilizadores e emissores (sendo que estes papeis não são fixos) contribuindo para a formação de redes de informação também contribuem para a formação de um conhecimento colectivo.
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