A voz definitivamente a está a chegar a SL e muitos residentes afirmam que já não interessa discutir se será benéfico ou não o uso da voz visto que, a implementação desta nova opção já é um facto consumado. Segundo alguns utilizadores o que realmente interessa agora debater é como será feita essa mesma implementação, tecnologia necessária, custos, consequências no próprio programa, entre outras questões de grande importância para todos.
Contudo, acredito que devo aqui expor a minha própria opinião sobre o uso da voz em SL e também a opinião de alguns residentes com quem falei sobre este assunto.
A introdução da voz tem vindo a gerar uma intensa polémica em SL, pessoalmente não vejo grandes vantagens nesta novidade. Acredito que vem tirar grande parte da magia das experiências comunicacionais, acaba um pouco com a nossa liberdade de imaginar quem estará do outro lado, ou simplesmente podemos querer apenas falar com aquele avatar e não desejamos que nada nos ligue à RL e a existência da voz vai fazer essa ligação.
Existe também a questão da nossa própria distinção entre RL e SL, um dos residentes numa discussão em grupo colocou a seguinte pergunta: “Abundant Aldwych: For me this is a second life, if everyone hears my first life voice I can't be as different as I choose, and what kind of voice does a robot or spider avatar have?” isto é um exemplo dos problemas que podem surgir em termos de separação entre a RL e a SL. Se em SL queremos ser algo diferente do que somos na RL e depois usamos a nossa própria voz, a mística quebra-se e essa separação de mundos também. Pensa-se que poderá haver a opção de modificadores de voz, no entanto, ainda não há certezas de como irá funcionar.
Acredito que a introdução da voz crie problemas em termos de comunicação internacional, compreender sotaques pode ser complicado e falar fluentemente línguas que não são a nossa nativa é mais difícil do que escrever aceitavelmente. Para além disso, o uso da voz em grupos vai ser extremamente complicado senão impossível, o cenário seria todos a falar ao mesmo tempo, o que se tornaria caótico.
Ainda existem problemas tecnológicos, visto que a voz será mais uma característica a sobrecarregar o SL. Vão ser necessários mais recursos, mais suporte e acredita-se que vão haver custos para os donos de ilhas.
Segundo Joe Linden a opção de voz estará em princípio ligada a uma parcela de terra e não a um residente individual, então assim sendo será automático. A grelha de SL será voice-enabled por defeito e os donos de ilhas podem decidir ter na sua terra a capacidade do uso da voz activada ou não, isto poderá requerer uma taxa adicional no plano de pagamento.
Com a certeza da introdução da voz, há a preocupação com as consequências no funcionamento do programa
Se quiserem mais informação sobre o assunto ou testar a voz beta deixo o link: http://www.secondlife.com/community/bhear.php
4 comentários:
Realmente a introdução da voz em SL não me seduz minimamente. Como tu própria disseste, cortam-nos as asas qd keremos imaginar quem está a manipular determinado avatar.
Também nos cortam as asas quando estamos do outro lado, quando queremos ter um avatar nem um pco semelhante ao que somos na RL.
Para mim acho dispensável. Provavelmente não usaria o sistema nem fazia questão que os avatares que falassem com a minha personagem em SL fizesse uso disso.
A introdução da voz pode, de facto, complicar a navegação no SL e, de certa forma, tirar parte da magia que o sistema apresenta.
Eu, pessoalmente, não me sinto minimamente curiosa em ouvir a voz das pessoas com quem estou a falar... Afinal, isto é uma vida secundária ou não? Dá-me a sensação de que é realmente inevitável que ambas as vidas se contaminem e influenciem uma à outra.
Parece haver sempre a necessidade de tornar o SL semelhante à RL. A piada não seria isto "nem sempre" acontecer?
A mim ninguém me há-de ouvir! Perde grande parte da fantasia. A voz é demasiado pessoal, pode revelar muita coisa sobre quem está do outro lado... Coisas que não quero saber e não quero revelar.
A introdução da voz em SL é uma questão muitíssimo actual, como sabem, e alvo de muita discussão.
As questões levantadas pela Rita são pertinentes e bem equacionadas.
Na minha opinião, a introdução da voz parece ser um paradoxo na proposta inicial de SL: a de ser um ambiente construído pelos residentes.
Mas pode não ser assim tão paradoxal! Se, porventura, fôr exequível tecnicamente a manipulação da voz por parte dos personagens (tal como mudamos de cabelo, de género, ou de roupa, também podemos construir ou eleger um tipo de voz mais grave, mais aguda, mais monocórdica, mais melodiosa), então a voz entraria, na construção da personagem, como apenas mais uma variável de construção de uma identidade que seria... aquilo que cada um quisesse que fosse!
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