16.3.07

LiliUP Ling | Eggy Lippmann e SL


Na passada segunda-feira (12 de Março), estivemos no Sunbelt Sofware Auditorium [@ Second Life] à conversa com Eggy Lippman, que usa o Second Life desde a versão experimental.

Eggy Lippmann é uma segunda vida com quase 4 anos. Nasceu ainda na fase de testes, em Abril de 2003. Na altura, julgava que se tratasse de “um jogo, mas menos limitado”. Foi a liberdade e a criatividade que lhe chamaram a atenção, assim como o facto de haver outras pessoas envolvidas. Depressa descobriu que o SL “era completamente diferente do que estava a pensar”, e acrescentou: “mas fiquei na mesma agarrado”! Muita coisa mudou desde então. Nessa altura, o espaço era bem mais pequeno, já hoje é quase impossível explorá-lo por inteiro, na altura, não se podia ganhar dinheiro e não havia mercado comercial, hoje há lojas por todo lado, há uma economia completa. Segundo Eggy Lippman, essa introdução do factor capitalismo é uma das principais diferenças entre 2003 e a actualidade, assim como o software que está mais evoluído.

Hoje trabalha no SL. O Second Life é o seu sustento, mas também é um vício: “em 2003 cheguei a extremos doentios de estar aqui umas 16 horas por dia, durante as férias de Verão, mas o meu entusiasmo diminuiu consideravelmente quando passei a ter de fazer isto intensivamente 8 horas por dia. Felizmente também tenho muito trabalho para fazer fora do SL (programação web, contabilidade, reuniões, etc).”
Não há dúvida que Eggy Lippman é um apaixonado pela internet. Chega mesmo a considerar ser mais fácil fazer amigos na internet, aponta-a como um ajuda valiosa na socialização e lê a wikipédia, como se de um romance se tratasse! E, mesmo assim, considera-se “menos freak dos computadores do que a maioria dos informáticos que conheço!”.

Second Life é ou não uma segunda vida?
Eggy Lippmann não é um personagem fictício. É mais um espelho da realidade. Dito pelo próprio: “eu nunca fui muito bom na historia do role play, não estou aqui para viver uma vida imaginária ou ser algo diferente do que sou.”
No entanto, no que respeita a espaços, para ele, o interessante em SL, não é imitar a RL, “as pessoas têm pouca imaginação, as mais criativas desviam-se mais; as menos, constroem casas com WC e microondas!”. Interessante seria explorar tudo aquilo que não podemos explorar cá fora, uma realidade diferente e não paralela. Interessante seria criar algo inteiramente novo,abstraindo-nos da realidade.

Quanto ao futuro, não espera grandes alterações: “as pessoas vão continuar a fazer cibersexo e a perder dinheiro em casinos, até porque também o fazem fora daqui; no geral acho que a grande inovação vai ser a nível profissional, porque o SL ainda não esta a explorar bem as suas potencialidades”. A concorrência não se espera ser um problema: “o World of Kaneva e o Home são os mais recentes, mas falta-lhes a liberdade de criar o que quisermos, são chats 3D”. Por mim/nós, continuamos em Second Life!

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